terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Que atire a primeira pedra aquele que nunca viveu um 'Amor Impossivel'. Ninguém nesse mundo está livre dessa 'praga'. É algo que não tem como passar desapercebido, ele marca presença, machuca, judia, não tem piedade não. E quase sempre pega os de 'coração mole', os mais frágeis e indefesos. E nós não nos protegemos, não nos defendemos dele, não tentamos esquecer nem arrancar do coração. Nós só o alimentamos mais ainda, com sonhos e esperanças que não param de brotar dos nossos pensamentos. Fantasiamos e nos iludimos imensamente. Inventamos na nossa cabeça como seria tudo perfeito se aquele amor um dia não fosse mais impossível. E com isso nos ferimos ainda mais, afinal quanto maior a altura maior a queda. Um belo dia, nos damos conta de que tudo não passava de ilusão e que não chegamos nem perto de ter uma chance."

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Novos usos para tecnologias conhecidas

É importante ser realista e entender que sempre temos o que aprender. Me digam agora: fazemos cursos de português periodicamente e sempre aprendemos alguma coisa, não é verdade? E olha que estudamos português desde pequenos. Imagine então o que podemos dizer sobre cursos de informática, algo que se transforma enquanto escrevo esse texto.

Estou falando isso porque ontem a empresa me mandou fazer um curso intitulado “Novas Tecnologias para Secretárias”. Fiquei imaginando as novidades que iriam surgir e me perguntando que utilidade elas teriam no meu trabalho e, mais ainda, quando chegariam aqui na empresa. Isso no fundo estava me desanimando um pouco pois estou cansada de ir a seminários, cursos que mostram um mundo que na maioria das vezes está muito distante do meu.

Mas, já no início do dia, compreendi que aquele dia seria bastante produtivo. Não estava conhecendo novas tecnologias e sim novas maneiras de usar as ferramentas/tecnologias. O objetivo do prof. Fernando Andrade era nos apresentar uma nova forma de trabalhar com os programas de uma maneira, simples, produtiva e eficaz.

Devo dizer, ainda, que o método usado pelo prof. Fernando Andrade, uma pessoa dinâmica, criativa e muito agradável, nos incentiva a entender a lógica dos programas, de forma a não termos que decorar comandos que fatalmente serão esquecidos e a saber como procurar o que queremos. E nos leva a constatar a veracidade da frase que diz “90% dos usuários de computador só usam 10% dos recursos dos principais programas”.

Percebi, também, que o tempo que temos para executar nossas tarefas diárias nem sempre permite que encontremos a forma mais rápida de executá-las. Chega a ser engraçado, por não ter tempo acabamos perdendo tempo!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009


"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche."

terça-feira, 4 de agosto de 2009

OS POETAS DA PAIXÃO

Soneto XVII
Pablo Neruda

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

Senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.




Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Companheiros na literatura, no engajamento socialista e nos excessos políticos e gastronômicos, Vinicius de Moraes e Pablo Neruda cultivaram uma longa amizade, até a morte do poeta chileno em setembro de 1976, alguns dias depois do golpe que derrubou Allende. O amor foi a base de inspiração dos dois, através das mulheres que amaram, suas musas. Isso levou os dois a serem chamados de os POETAS DA PAIXÃO.

Esses são dois dos meus sonetos preferidos que, coincidentemente, foram difundidos através do cinema e da música. Como esquecer a paixão contida em Patch Adams quando ele declama esse poema para sua amada e quem nunca se apaixonou ao som da voz de Vinicius declamando o Soneto de Fidelidade na música "Eu sei que vou te amar". São momentos realmente apaixonantes.

Os gregos não escreviam obituários. Quando um homem morria, faziam uma pergunta: "Ele viveu com paixão?" Com esses dois, não temos dúvida quanto a resposta.