quinta-feira, 30 de julho de 2009


"Quidam: um passante anônimo, uma figura solitária na esquina de uma rua, alguém que passa com pressa. Isso poderia acontecer a qualquer um. Alguém que vem, alguém que vai, que vive na sociedade anônima. Alguém na multidão, um dos membros da maioria silenciosa. Aquele que, dentro de todos nós, grita, canta e sonha. É este o "quidam" que o Cirque du Soleil celebra. Uma jovem enfurece-se; ela já viu tudo o que há para ver e seu mundo perdeu todo o significado. A sua raiva despedaça o seu pequeno mundo e ela encontra-se no universo de Quidam. A ela junta-se um companheiro alegre e outro personagem mais misterioso, que vai tentar seduzi-la com o maravilhoso, o inquietante e o aterrador.”

Assisti Quidam na estréia do Cirque du Soleil, aqui em Recife, graças a minha filha, que conseguiu um emprego temporário e ganhou os ingressos.

Quidam é a terceira produção do repertório do Cirque du Soleil e, desde que estreou no Canadá, em 1996, já foi visto por mais de 9 milhões de espectadores em 20 países. Nesta turnê brasileira, serão 330 apresentações em nove capitais.
Segundo o diretor do Cirque, Franco Dragone, apesar de ter sido criado em 1996, Quidam tem uma mensagem muito atual. Fala da família deste século e de como as coisas materiais tem muita importância pois as pessoas só pensam em ter.

Tudo no espetáculo é grandioso! No palco, estão 50 artistas de 15 nacionalidades, sendo três brasileiros. A montagem utiliza mais de 250 figurinos, 200 pares de sapato e 500 objetos de cena, além de arrojadas plataformas suspensas, que trazem os artistas à cena.

A banda do Cirque du Soleil faz, literalmente, um espetáculo a parte. São seis músicos que se revezam em vários instrumentos: violinos, violoncelos, percussões, saxofones, sintetizadores, guitarras, além de uma gama variada de outros instrumentos de corda. Os vocais variam entre a fragilidade de uma voz infantil e uma poderosa voz masculina, para criar uma atmosfera intensa e sensível.
Saí de lá querendo comprar o CD do Quidam para ouvir, principalmente, as músicas "Let me Fall" e "Seisuoso".

Mesmo achando que o Quidam é um espetáculo um pouco melancólico, escuro, não há como não ficar extasiada com a música, com a precisão dos movimentos, os corpos perfeitos, a força, a incrível sincronia e o cenário que se transforma para criar o sonho.

Os números que mais me impressionaram foram o de um artista russo na roda alemã e aquele em que dois bailarinos dançam usando o corpo um do outro como plataforma - Statue Vis Versa. Sem nunca perderem contacto um com o outro, dois artistas fortes e flexíveis movem-se de uma forma quase imperceptível, assumindo posições que seriam impossíveis sem um sentido de equilíbrio extremo.





Fiquei imaginando como a preparação física desses artistas para o show deve ser bastante sofrida e dolorosa. Minha filha comentou que eles aparecem no restaurante, regularmente, com os braços e pernas ralados, veias saltadas, literalmente estourados.

Enfim, talvez as palavras não consigam levar você a esse incrível mundo de sonhos e sensações espetaculares. Por isso, se tiverem chance assistam ao espetáculo, mesmo que seja apenas em vídeo.